Videogame pode ser considerado arte?

Considerando que os videogames englobam diversas manifestações artísticas, incluindo design, roteiro, estilo artístico, direção, dublagem, e diversas outras, não há razões para duvidar de que os games são artes, sendo uma ignorância das pessoas que desconhecem o potencial artístico desta forma de entretenimento.

Aqui estão algumas razões pelas quais criar jogos é considerado uma forma de arte e requer uma variedade de habilidades:

1. Design de jogos:

2. Narrativa

Muitos jogos possuem uma história envolvente e cativante, que pode ser contada através de diálogos, cutscenes ou elementos ambientais.

“The Last of Us” é amplamente reconhecido como um exemplo excepcional de uma narrativa envolvente em jogos. Os diálogos entre Ellie e Joel em “The Last of Us” desempenham um papel crucial na construção da relação entre esses dois personagens e na narrativa geral do jogo. Ao longo da jornada, os jogadores testemunham a evolução dessa conexão, desde o início, quando Joel é inicialmente relutante em formar laços devido a tragédias passadas. A dinâmica entre eles se desenvolve de maneira orgânica, marcada por momentos de ternura, conflito e, eventualmente, uma profunda ligação paternal. Os diálogos refletem a complexidade emocional do mundo pós-apocalíptico em que vivem, proporcionando momentos de reflexão, humor e, às vezes, brutal honestidade. A qualidade da escrita e as performances de Troy Baker e Ashley Johnson, que deram voz a Joel e Ellie, contribuem significativamente para a intensidade emocional desses diálogos, tornando-os uma parte fundamental da experiência emocional e narrativa de “The Last of Us”.

3. Arte Visual

Os jogos exigem ilustrações, modelagens 3D, animações, texturas e efeitos visuais para criar um mundo envolvente e atraente.

A arte visual desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de jogos, exigindo uma ampla gama de habilidades para criar um mundo virtual envolvente e esteticamente atraente. Desde ilustrações que dão vida aos personagens até modelagens 3D que constroem os ambientes, a arte visual é responsável por estabelecer a estética e a atmosfera do jogo. As animações contribuem para a fluidez e realismo das interações, enquanto texturas e efeitos visuais aprimoram a imersão do jogador. Essa combinação de elementos visuais não apenas torna o jogo esteticamente agradável, mas também desempenha um papel crucial na narrativa, transmitindo emoções e contextualizando a experiência do jogador dentro desse universo virtual.

4. Música e Áudio

Em Shadow of the Colossus, a música e a arte se entrelaçam de maneira magistral para criar uma experiência emocionalmente impactante. A trilha sonora, composta por Kow Otani, é minimalista e melancólica, refletindo a solidão e a grandeza épica da jornada do protagonista. Cada colosso tem sua própria melodia distinta, sincronizada com a imponência da criatura, aumentando a imersão do jogador.

Além disso, a arte visual do jogo, liderada pelo diretor Fumito Ueda, é notável por sua estética minimalista e atmosfera poética. Os vastos cenários, as ruínas majestosas e a iluminação dinâmica contribuem para a narrativa silenciosa e evocativa do jogo. Em conjunto, a música e a arte de Shadow of the Colossus exemplificam como esses elementos podem se fundir para criar uma experiência que transcende os limites do entretenimento digital, alcançando o status de obra de arte interativa.

Exemplificando ainda mais a trilha sonora de “God of War” serve como um magnífico testemunho. Composta por Bear McCreary, ela transcende o papel tradicional de um acompanhamento musical

Cada nota e acorde são meticulosamente concebidos para se integrar ao enredo, acentuar emoções e aprimorar a experiência do jogador. A música não é apenas um acessório; é uma parte intrínseca da narrativa e da atmosfera do jogo.

A escolha cuidadosa dos instrumentos, os motivos melódicos e a dinâmica sonora não apenas complementam a ação na tela, mas elevam a experiência a um nível cinematográfico. Dessa forma, a trilha sonora de “God of War” não é apenas uma parte da arte do jogo, mas uma engrenagem vital que impulsiona e enriquece toda a experiência artística.

5. Programação:

A parte técnica é essencial para tornar tudo funcional e interativo, desde a jogabilidade até a inteligência artificial dos personagens.

A programação em jogos é uma peça fundamental que liga a estrutura técnica à expressão artística. Os programadores em jogos não apenas garantem que o código funcione corretamente, mas também desempenham um papel crucial na implementação das visões artísticas dos designers. A programação lida com a jogabilidade, a física do jogo, a inteligência artificial dos personagens e muitos outros elementos técnicos. A fluidez e a interatividade, que são aspectos fundamentais da experiência do jogador, são moldadas pela habilidade dos programadores. Além disso, em jogos modernos, a programação desempenha um papel vital na criação de ambientes visualmente impressionantes. Técnicas avançadas, como renderização gráfica, shaders e efeitos visuais, são aplicadas para realçar a beleza artística do jogo. Portanto, a programação não é apenas uma tarefa técnica; ela é a cola que une a visão artística à funcionalidade técnica, garantindo que o jogo seja tanto uma obra de arte visual quanto uma experiência interativa envolvente.

6. Experiência do Usuário (UX):

Garantir que o jogo seja intuitivo e envolvente para o jogador requer um entendimento sólido de design de interface.

A arte em jogos desempenha um papel fundamental na Experiência do Usuário (UX), pois contribui para a construção de um ambiente intuitivo, envolvente e esteticamente agradável. O design de interface, que abrange elementos visuais como menus, ícones e HUD (Heads-Up Display), é uma forma de arte que influencia diretamente a usabilidade do jogo. A consistência visual e a escolha cuidadosa de cores, fontes e layout são essenciais para garantir que os jogadores possam navegar facilmente pelo jogo. Além disso, a arte contribui para a imersão do jogador no universo do jogo, criando uma atmosfera coesa que complementa a narrativa e a jogabilidade. Elementos visuais bem projetados guiam os jogadores de forma intuitiva, proporcionando uma experiência fluida e agradável. Portanto, a arte desempenha um papel crucial na criação de uma Experiência do Usuário positiva, influenciando diretamente a forma como os jogadores interagem e se conectam com o jogo.

7. Teste e Ajustes:

Como qualquer obra de arte, os jogos também são refinados e ajustados ao longo do processo de desenvolvimento.

Na fase de Teste e Ajustes, a arte em jogos desempenha um papel crucial, assegurando que todos os elementos visuais contribuam para a experiência desejada. A equipe de teste avalia não apenas a funcionalidade técnica, mas também a estética e o impacto visual. A arte passa por uma revisão minuciosa para garantir que se alinhe com a visão do jogo e a narrativa, contribuindo para a imersão do jogador. Ajustes podem envolver refinamentos em texturas, animações, efeitos visuais e outros elementos gráficos para otimizar a coesão visual e a atmosfera. A colaboração entre artistas e testadores é essencial para resolver problemas de usabilidade e identificar áreas onde a arte pode ser ajustada para melhorar a experiência geral do usuário. Assim como uma obra de arte é refinada antes de ser apresentada ao público, os jogos passam por iterações de teste e ajustes para garantir que a arte não apenas cumpra sua função estética, mas também eleve o nível da experiência do jogador.

8. Conclusão:

Ao combinar todas essas habilidades e disciplinas, o criador de jogos tem a oportunidade de expressar sua visão artística e proporcionar uma experiência única aos jogadores. Assim como um pintor usa telas e pincéis, um desenvolvedor de jogos usa códigos e ferramentas para dar vida ao seu mundo imaginário e criar uma experiência interativa que pode cativar e emocionar os jogadores.