A franquia Devil May Cry se consagrou como um dos grandes nomes dos jogos de ação ao longo das últimas décadas, sendo aclamada por seu combate estiloso, dinâmico e completamente exagerado. Combinando movimentos acrobáticos, ataques espetaculares com espadas, pistolas e outras armas inusitadas, e um sistema de combos que recompensa a criatividade e a agressividade do jogador, a série conquistou uma legião fiel de fãs. Mas o que realmente dá personalidade à saga não é apenas o gameplay eletrizante, pois é também o seu tom sombrio, misturado com um humor afiado, personagens marcantes e um universo repleto de referências mitológicas e religiosas.
Atualmente, os jogos da série seguem uma estrutura linear, levando o jogador por fases sequenciais enquanto enfrentam hordas de demônios e bosses colossais. Essa abordagem funciona muito bem para manter o ritmo frenético e entregar momentos de ação intensos, mas também limita um pouco o potencial narrativo e exploratório do universo de Devil May Cry. Por isso, por mais estranho que possa parecer, eu realmente acredito que a franquia teria muito a ganhar com uma abordagem de mundo aberto.
Imagine só: em vez de apenas avançar de uma área para outra, os jogadores poderiam explorar uma cidade corrompida por forças demoníacas, ruínas esquecidas, florestas amaldiçoadas ou até mesmo dimensões alternativas. Um mundo aberto não apenas ampliaria o escopo da jogabilidade, como também traria novas possibilidades de interação com o cenário, exploração de segredos, coleta de itens lendários e encontros com criaturas únicas fora da campanha principal. O combate, que já é o ponto mais forte da franquia, poderia ganhar ainda mais camadas, com desafios emergentes espalhados pelo mapa, arenas escondidas, eventos dinâmicos e batalhas épicas surgindo de forma inesperada, recompensando o jogador curioso e ousado.
Além disso, Devil May Cry sempre teve um pano de fundo mitológico e simbólico bastante rico. As histórias dos jogos, embora muitas vezes ofuscadas pelo ritmo acelerado da ação, abordam temas como pecado, redenção, legado, fraternidade e sacrifício. Incorporar essa profundidade narrativa em um mundo aberto traria novas oportunidades para mergulhar na mitologia da série de forma mais orgânica, por meio de ruínas que contam histórias antigas, registros esquecidos, encontros com personagens secundários e decisões que influenciem o desenrolar da trama. Seria uma chance de expandir o lore da franquia sem abrir mão do estilo e da atitude que a tornaram tão icônica.
Masmorras opcionais, por exemplo, poderiam ser áreas escondidas em locais remotos do mapa, cheias de armadilhas, quebra-cabeças, hordas de demônios e chefes desafiadores. Essas áreas poderiam recompensar os jogadores com novas armas, habilidades ou trechos de história adicionais, incentivando a exploração e a experimentação. Seria como trazer o sistema de missões secretas para um novo patamar, tornando-o uma parte central da experiência em vez de um extra escondido.
Obviamente, mudar para um mundo aberto traria desafios. A equipe de desenvolvimento precisaria encontrar maneiras de manter a intensidade do combate e a identidade visual da série sem sacrificar o ritmo. Mas, com os avanços tecnológicos atuais e o talento da Capcom em revitalizar franquias (como já fez com os remakes de Resident Evil), é totalmente plausível imaginar um Devil May Cry em mundo aberto que funcione bem tanto para novatos quanto para veteranos.
No fim das contas, o que me move não é a simples vontade de ver algo diferente, mas a curiosidade de ver até onde Devil May Cry pode ir. A série já provou que sabe se reinventar sem perder sua essência. Um mundo aberto, bem feito, pode ser exatamente o passo ousado que ela precisa para alcançar um novo nível de grandiosidade de Devil May Cry : visual, narrativa e mecânica. Talvez seja uma ideia ousada demais, mas para mim (e para as voez da minha cabeça), ela soa como o próximo passo natural de uma franquia que sempre flertou com o épico.
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